Até 2020, estima-se que o número de dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT) irá superar os 20 bilhões.

Desde refrigeradores até cafeteiras e bonecas Barbie inteligentes, as coisas conectadas em breve dominarão nossas casas. No entanto, seus níveis de segurança e privacidade costumam estar longe do desejável.

Muitos desses dispositivos são, e continuarão sendo, acessados ​​através de nossos smartphones. Embora isso seja bastante conveniente para os usuários, há deficiências na segurança que podem ser exploradas com o intuito de colocar esses objetos inteligentes contra os próprios usuários.

Apesar de muitos usuários já terem consciência sobre a importância das melhores práticas de segurança quando se trata de laptops ou computadores de mesa, costumam ser um pouco mais negligentes com relação aos celulares.

Então, quais são os riscos? Confira três situações.

1. Registros médicos inteligentes

Nos últimos anos, houve um aumento na quantidade de dispositivos médicos e de rastreadores físicos conectados à Internet. Muitos deles, naturalmente, são controlados através de apps instalados em nossos celulares e que, por meio de sensores integrados, enviam as nossas informações para esses aplicativos.

Isso significa que esses dispositivos possuem dados valiosos sobre nossa saúde e estado físico, que podem ser vulneráveis a ciberataques. O problema é que ainda não existe uma infraestrutura para sustentar a segurança dos dados que circulam desta forma.

No entanto, não é apenas a informação médica que pode ser explorada: usamos nossos celulares para acessar à páginas de bancos, serviços públicos, e fazer comprar, por exemplo. Portanto, esses dados podem se tornar uma mina de outro caso sejam acessados por cibercriminosos.

nos últimos anos, houve um aumento na quantidade de dispositivos médicos e de rastreadores físicos conectados à Internet

O aumento no número de carros conectados, o gerenciamento inteligente do tráfego, assim como o desenvolvimento de sistemas de pagamento de tarifas para o transporte público fazem parte desta revolução da IoT.

O aspecto negativo é que o uso do GPS é fundamental para estas funcionalidades, embora ao mesmo tempo seja um alvo fácil para os cibercriminosos. Muitos gamers, por exemplo, usam isso para trapacear no popular jogo de realidade aumentada Pokémon Go. Alguns usuários, às vezes, usam este mecanismo acreditando que é inofensivo “divulgar” a sua localização.

No entanto, pode ser bastante assustador pensar nas ações que um cibercriminoso pode cometer através de informações como a localização, local de estacionamento do carro, ou mesmo o último percurso realizado no metrô.

2. Fábricas inteligentes

Os riscos para as empresas e fábricas podem ser ainda maiores. Imagine os danos que podem ser causados caso cibercriminosos consigam acessar as redes de produção baseadas em IoT.

Tudo indica que a manufatura inteligente está em ascensão, considerando que a colaboração entre homens e máquinas tem crescido bastante nos últimos anos. Os processos de produção agora podem ser conectados em rede para fornecer maior eficiência, assim como diagnósticos em tempo real e respostas rápidas.

No entanto, os smartphones podem representar uma vulnerabilidade.

Por isso, os servidores devem ser tão seguros quanto os dispositivos que se conectam, pois uma má política de Bring Your Own Device pode deixar uma brecha enorme caso estas redes sejam acessadas através de smartphones que não tenham os mesmos controles de segurança.

3. Cidades inteligentes

Assim como as nossas vidas estão se tornando mais eficientes com a ajuda de dispositivos conectados, as cidades em que vivemos também estão se tornando mais inteligentes.

Atualmente, as autoridades podem usar o big data para diversas ações como decidir sobre o planejamento de aplicativos, monitorar o uso de energia e até mesmo reforçar a segurança pública e as respostas de emergência.

Embora esta seja uma boa notícia, alguns dos dados que estão sendo coletados, armazenadas e transmitidos através dos nossos smartphones podem ser explorados pelos cibercriminosos.

Quanto mais inteligente é uma cidade, mais sistemas informáticos possui e mais aberto é o acesso aos dados coletados pelos mesmos.

Além disso, pode haver até 25 sensores diferentes em nossos smartphones, relacionados com o GPS, câmeras e microfones, near-field communication (NFC), giroscópios e muito mais.

Os apps móveis com certas permissões poderão acessar aos sensores do seu smartphone, o que significa que programas maliciosos podem espionar e roubar essas informações registradas.

Em 2016, foi relatado que o principal motivo pelo qual as pessoas deixavam de comprar dispositivos IoT era o preço, já que 62% dos entrevistados afirmaram que eram bastante caros. No entanto, à medida que o preço diminui e o número de dispositivos conectados cresce, e a segurança da IoT torna-se ainda mais crucial. Por isso, os consumidores devem levar o assunto a sério.