Um adolescente australiano de 16 anos invadiu o sistema interno da Apple várias vezes e roubou 90 GB de arquivos privados depois de acessar contas de clientes, informou o jornal australiano The Age.

Em um período de pelo menos um ano, o jovem estudante conseguiu se infiltrar nos sistemas da Apple e roubou as chaves de acesso, que eram altamente seguras, para entrar nas contas dos clientes e depois contou o que havia feito para outras pessoas no WhatsApp.

Segundo a defesa do advogado do invasor, o estudante ficou tão conhecido na "comunidade internacional de hackers" que poderia ser um risco para a segurança do jovem falar sobre os detalhes do caso.

O adolescente, cujo nome não pode ser divulgado publicamente devido à sua idade, se declarou culpado pelas acusações perante um tribunal de menores na Austrália, na última terça-feira (14). A sentença não será divulgada até o dia 20 de setembro.

De acordo com informações divulgadas sobre o caso, o jovem aproveitou o uso de VPNs e de outras ferramentas para evitar ser rastreado, mas isso acabou sendo em vão.

Assim que a Apple soube da intrusão, bloqueou o acesso e entrou em contato com o FBI, que encaminhou o assunto à Polícia Federal Australiana (AFP, pela sigla em inglês). Depois de revisarem a casa do adolescente, a polícia encontrou dentro de um computador uma série de arquivos e "instruções" em uma pasta que o adolescente havia nomeado de "hacky hack hack".

De acordo com o promotor, "dois computadores da Apple foram confiscados e seus números de série foram compatíveis com os do dispositivo com o qual ele acessou os sistemas da empresa". Além disso, um celular e um disco rígido também foram confiscados.

Por outro lado, não está totalmente claro que tipo de dados o adolescente conseguiu roubar, como aconteceu e, principalmente, por que demoraram um ano para detectar e parar os roubos.

A Apple, de acordo com a agência de notícias britânica Reuters, garantiu que a intrusão não comprometeu qualquer informação pessoal identificável de seus clientes. "Queremos garantir aos nossos clientes que suas informações não foram comprometidas durante o incidente", destacou um porta-voz da empresa.