A tecnologia está presente em muitos aspectos de nossa vida, modificando a forma na qual nos relacionamos. Praticamente qualquer atividade cotidiana tem sido influenciada pelas novas ferramentas à nossa disposição, incluindo o exercício da sexualidade, tal como ocorre com o sexting.

É uma prática que está cada vez mais enraizada, mas que ao mesmo tempo pode representar diferentes tipos de riscos para quem a realiza, principalmente quando ignoram as ameaças que podem nos afetar.

Nesta publicação, vamos rever alguns aspectos relevantes do sexting, como definição, riscos associados e as considerações que devem ser levadas em conta para quem escolhe praticá-lo.

O que é o sexting?

Vamos começar pelo básico, a definição. O termo deriva das palavras em inglês “sex” e “sexting”, embora hoje em dia não seja apenas uma questão de troca de mensagens de texto com conteúdo erótico, pois também são considerados fotos, vídeos, ou qualquer outro tipo de material de índole sexual, que possa ser trocada através das novas ferramentas tecnológicas que estão ao nosso alcance, como as redes sociais ou os aplicativos de mensagens.

Que consequências negativas isso pode gerar?

Apesar do propósito do sexting ser estimular um momento agradável, existem diversos riscos associados com a ação de compartilhar conteúdo intimo com outras pessoas, desde prejuízos à reputação daqueles que o praticam, chantagens ou assédios, até consequências de maior gravidade que podem ser associadas a crimes, como a pornografia infantil, quando a prática é realizada com crianças ou menores de idade.

Todas essas consequências derivam apenas de uma situação: o vazamento do conteúdo compartilhado. Uma vez que a informação é compartilhada, se perde o controle sobre as fotos ou vídeos, que inclusive podem ser compartilhados de forma viral na Internet. No entanto, o vazamento de dados não só pode ser apresentado quando alguma das partes envolvidas compartilha a informação, mas também quando existe uma relação de confiança com quem se prática sexting, as pessoas não estão isentas de que o conteúdo possa ser extraído do seu dispositivo sem o seu consentimento.

Portanto, mesmo que seja o conteúdo seja vazado de forma acidental ou deliberada, a informação pode ser utilizada de diferentes formas, deixando em desvantagem a pessoa por:

  • Prejuízos à imagem
  • Perda da intimidade
  • Perda da privacidade
  • Chantagens
  • Extorsões
  • Assédios
  • Crimes, como pornografia infantil

Apesar dessa prática poder afetar a pessoas de diferentes idades, as crianças e os adolescentes são um público vulnerável. Talvez devido à inocência, aos novos paradigmas com relação a privacidade, por não medir as consequências, o desconhecimento dos riscos ou simplesmente por excesso de confiança no uso da tecnologia, é provável que os riscos se materializem.

Independentemente das razões, geralmente os casos de sexting que terminam de forma desagradável também podem ser associados com as vítimas de grooming, ou seja, a ação na qual um adulto contata a um menor de idade pela Internet para ganhar a confiança e amizade, com a finalidade de abusar da criança ou adolescente de diferentes formas.

Boas práticas para evitar riscos

Temos percebido que existem riscos de segurança relacionados com a prática do sexting, no entanto, isso não reduz a sua atividade. Por isso, é melhor tomar precauções e pensar bem antes de realizá-lo, e ao mesmo tempo ter em conta as práticas que podem evitar alguns dos prejuízos mencionados anteriormente. Por exemplo:

  • Aplicar métodos para tornar anônima a origem do conteúdo, através de ferramentas que permitam apagar fotos ou vídeos.
  • Evitar a exposição do rosto ou traços particulares que permitam a identificação da pessoa.
  • Ser cuidadoso com relação a quem pode ter acesso ao dispositivo de forma física e lógica.
  • Aplicar práticas comuns como o bloqueio dos dispositivos.
  • Considerar aspectos técnicos, como a eliminação segura do conteúdo íntimo através da exclusão segura dos dados.
  • Conectar-se apenas desde redes protegidas, evitando as de acesso público.
  • Rever os aplicativos e o software instalado no dispositivo que possam ter algum tipo de código malicioso que roube informações.
  • Usar uma solução de segurança móvel que evite a infecção com códigos maliciosos que roubem informações.

Sem dúvida, esse é um tema relevante hoje em dia e que nos chama a atenção para assuntos como a privacidade, o anonimato e o exercício da sexualidade a partir de uma perspectiva dos direitos das pessoas no mundo digital. Por isso, é necessário pensar antes de praticá-lo e, em caso de realizá-lo, procure que seja de forma segura.