Após o aniversário de um ano de lançamento do Windows 10, é interessante analisar até onde chegou este sistema operacional, considerando que a Microsoft prometeu mais e melhor segurança na plataforma. Durante alguns meses me mantive ocupado, investigando e documentando a segurança do Windows 10, assim como os problemas de privacidade. Como resultado, recentemente terminei de escrever um white paper, disponível em inglês: Microsoft Windows 10 Security and Privacy: An ESET White Paper.

Neste post irei falar sobre os principais aspectos da minha análise e as conclusões mais interessantes, confira:

O sistema operacional

O Windows 10 representa uma mudança radical para a Microsoft, por meio da estratégia do Windows a Service (WaaS) iniciada pelo antecessor, Windows 8. Com WaaS, Microsoft pode atualizar o sistema operacional com funcionalidades adicionais ao longo de sua vida útil, ao invés de apenas no momento de lançar novas versões ou serviços pontuais.

No passado, as novas funcionalidades tinham que esperar um destes eventos, mas com o Windows 10, elas irão aparecer em vários momentos. Isso acontecerá entre duas ou três vezes ao ano, segundo a Microsoft. Vale a pena ver as diferenças entre atualizações e melhorias:

  • Atualizações (updates): ocorrem em cada ponto de reparações, antes conhecido como Patch Tuesday, e não contém novas funcionalidades.
  • Melhorias (upgrades): ocorrerão duas ou três vezes ao ano. Podem mudar o desenvolvimento do software e os modelos de desempenho de controladores de dispositivo (drives), o que significa que os controladores de software e dispositivos talvez precisem ser compilados de volta para aproveitar essas mudanças. As melhorias também podem agregar novos ajustes e funções ao sistema operacional.

Para que ninguém pense que o compromisso da Microsoft de fazer mudanças ao Windows com a finalidade de melhorar a segurança e privacidade é um “sofisma”, compartilho a minha experiência durante o período no qual escrevi o white paper sobre o assunto. Das 35 páginas originalmente entregues, 18 tiveram que ser reescritas completamente devido a mudanças feitas pela Microsoft após o lançamento do Windows 10, há menos de 12 meses (considerando a época de produção do artigo).

Apesar disso, tenho me esforçado para produzir uma abrangente análise desde a perspectiva de segurança e privacidade no Windows 10, que provavelmente seja o que mais lhe interessa saber.

O Windows 10 é mais seguro?

Bom, podemos dizer que é uma versão mais segura que as anteriores. No entanto, a pergunta que provavelmente você tenha em mente é se é uma versão melhor que as anteriores. Essa é uma resposta um pouco mais complicada.

A Microsoft está claramente em uma transição entre um modelo de desenvolvimento estilo cascata, lançando uma nova grande versão do Windows a cada poucos anos, para um modelo mais ágil que permite atualizar o sistema operacional continuamente, não só para agregar novas funcionalidades, mas também para mudar comportamentos existentes.

Para os usuários acostumados com os computadores que funcionam de forma previsível, isso pode ser frustrante. No entanto, também significa que em vez de comprar novas licenças a cada poucos anos, você terá sempre a última versão do Windows, com todas as atualizações e funcionalidade de segurança aplicadas de maneira acumulativa.

Já existem muitas demonstrações que provam como as versões anteriores do Windows são menos seguras e mais propensas a serem atacadas, além de servir como pontos de partida para novos ataques.

E sobre a privacidade?

Devemos admitir que de todos os problemas legais que a Microsoft teve nas últimas décadas (que foram muitos), o que quase não existe são brechas que envolvam a filtração de dados pessoais dos clientes.

A Microsoft esteve sempre na luta pela privacidade dos usuários, não apenas porque sabem e entendem que as pessoas não vão usar os produtos e serviços se a privacidade não for garantida, mas também porque é o correto. Enquanto a empresa continuar nessa batalha por proporcionar a privacidade, será mais seguro usar os seus produtos.

Então, devo instalá-lo?

Em última circunstância, depende de cada usuário decidir se quer ou não atualizar o Windows 10. Ao apresentar o white paper, espero fornecer informações suficientes sobre as funções de segurança para que você possa decidir.

Confio que esse documento também ajudará as organizações que estão avaliando a função do Windows 10 nas estratégias de segurança. Referenciei todas as informações previstas no artigo com links nas mais de 120 notas de rodapé que requeriam fazer isso. No entanto, se você pensa que falta algo ou tem alguma pergunta sobre a segurança e privacidade no Windows 10, nos envie um comentário.

Comente: você já instalou o Windows 10 ou planeja instalá-lo em breve? Caso já o tenha instalado, qual sua opinião sobre o sistema operacional até agora?