De acordo com um relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Brasil se destaca como um dos principais alvos de ciberataques no mundo. Esse cenário preocupa tanto autoridades quanto empresas brasileiras e exige investimentos cada vez maiores em proteção de dados digitais.
O país vive um verdadeiro paradoxo. Apesar de liderar em inovação no setor financeiro, com iniciativas como o PIX e um dos sistemas de Open Banking mais avançados do mundo, o Brasil também figura entre os alvos mais expostos a crimes cibernéticos. Segundo a Brasscom, em março de 2025, por exemplo, 38% da população brasileira foi vítima de algum tipo de golpe bancário ou tentativa de fraude. Além disso, o custo médio de uma violação de dados no Brasil chegou a US$ 1,36 milhão em 2024.
O relatório da Brasscom mostra que o Brasil ocupa atualmente a 12ª posição no mercado global de cibersegurança e deve investir R$ 104,6 bilhões em segurança digital entre 2025 e 2028. Essa projeção representa um crescimento de 43,8% em relação ao ciclo anterior.
Outro destaque do estudo é a necessidade crescente de profissionais especializados. A estimativa é que cerca de 30 mil pessoas deverão ser capacitadas para atuar na área até o final de 2025. O levantamento considera duas ocupações específicas da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO): Gerente de Segurança de TI e Administrador em Segurança da Informação. No entanto, muitos profissionais de segurança podem estar registrados em outras funções, como Analista de Sistemas ou Engenheiro da Computação, o que pode fazer com que o número real de especialistas na área seja subestimado.
Quanto às competências mais valorizadas, destacam-se conhecimentos em programação, redes, sistemas e resolução de problemas. Essas habilidades podem ser desenvolvidas por meio de cursos, treinamentos e certificações, sem a exigência de um diploma universitário específico para ingressar no setor.
